Compartilhando saberes para a escola
sábado, 21 de novembro de 2015
- Que valores e atitudes devem caracterizar a relação dos professores com seus alunos? Por quê?
É
importante compreendermos que a relação professor/aluno é uma relação de trocas
de conhecimentos e experiências, sendo assim é preciso termos claro que o
docente deve exercer o papel de mediador do processo de ensino e conduzir o
aluno para a construção da aprendizagem. De modo que o discente progrida em
relação aos saberes que este possui em direção aos saberes que devem ser
alcançados. Como afirma Zabala (1998, p. 91):
“O que
o aluno compreende depende, em boa medida, de que seu professor ou professora
seja capaz de ajudá-lo a compreender, a dar sentido ao que tem em mãos; quer
dizer, depende de como se apresenta, de como tenta motivá-lo”.
A prática pedagógica deve estar
centrada no contexto que os alunos estejam inseridos, bem como na realidade da
instituição escolar e sociedade local. É válido lembrar que a ação pedagógica
encontra-se, fielmente, relacionada às concepções de mundo, sociedade, homem,
aprendizagem, ensino e escola que o docente possui. Assim, o docente tem de
estar, sempre, renovando os seus conhecimentos para que a prática pedagógica
contemple o objeto de conhecimento, estabelecendo finalidades e permitindo a
intervenção dos professores e dos alunos no decorrer do processo de ensinar e
aprender, para isso é fundamental que valores éticos perpassem essa relação
constantemente.
Tendo em vista que o docente age
como mediador entre os conteúdos da aprendizagem e a atividade construtiva que
leva ao bom resultado da aprendizagem e este é marcado socialmente e
culturalmente por valores construídos historicamente, como por exemplo: respeito,
amizade, confiança, cooperação, afetividade, participação, diálogo e
convivência solidária. Pois, estes fornecem uma relação horizontal na qual os
saberes de ambos (alunos e professores) são formas diferentes de enxergar um
mesmo prisma, mas que ajudam a compreender as diversas hipóteses que os
circundam, para isso é essencial que haja a participação, cooperação, respeito
e diálogo constante para sustentar uma relação bidirecional de trocas de
saberes que são diferentes, nem maiores nem menores, apenas diferentes. Assim,
se expressa claramente à posição do professor diante dos problemas sociais,
políticos, ambientais, históricos e se ele concorda ou discorda, bem como as
justificativas para tal, ou seja, os valores citados são fundamentais para que
o desenvolvimento da prática pedagógica paute-se por um caminho de construção
no qual ocorre a influência nas interações educativas de professores e alunos.
Faz-se
importante notar que para isso o professor necessita ter formação
multidimensional, ou seja, guiar-se pelo caminho da valorização da construção
coletiva de conhecimentos e valores, na tentativa de honrar uma das funções
sociais da escola que é promover a construção de cidadãos autônomos com
capacidade de optarem para a melhor estruturação do mundo que lhes apraz.
O
professor deve motivar o aluno, bem como ser capaz de ajudá-lo a compreender e
perceber que ele tem potencialidades e é capaz de superar suas dificuldades,
auxiliando-o na construção dessa autonomia como ser individual e capaz de estabelecer
relações em grupo.
Observar a plasticidade do cotidiano
escolar aliado à prática desenvolvida é extremamente valioso, pois nos dá
subsídios para refletirmos sobre que tipo de relações está sendo criada com
nossos educandos ou vice/versa. Estando ciente de como se fundamenta essa
relação professor-conhecimento-aluno, bem como, quais os objetivos firmados
nessa relação, é a melhor maneira de desenvolvê-la, para agirmos consoante à
reestruturação desse relacionamento como base no aprendizado dos alunos.
Enquanto professores mediadores e
multidimensionais, ou seja, professores que não enfocamos nossa prática somente
em dimensões técnica, mas também dimensões culturais, políticas e humanas; se
faz essencial que nos deixemos seguir pelo viés do respeito às habilidades e
competências de cada sujeito, como também, ao meio em que estes se encontram
conduzindo-os para que adquiram os conhecimentos existentes e os reconstruam
com as suas potencialidades e individualidade de forma que tenha significado
para ele.
Sobretudo devermos exercer a nossa
função de educadores que priorizam a ética e profissionalismo e que buscam
viver relações fundadas nos valores já citados e atitudes que permitam a
concretização desses na prática pedagógica e, portanto na construção social, de
saberes e de pessoas críticas e reflexivas.
Por Elizabete Nunes
Referências
FREIRE,
Paulo. Pedagogia da autonomia:
saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
ZABALA,
Antoni. A prática educativa. Porto
Alegre: Artmed, 1998, 224 p.
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